domingo, 11 de janeiro de 2015

Delírio

A fera anda buscando calada, a fera que arranca e mata, arrebata na noite nua e no solo deixa a marca vermelha e a marca é o delírio da razão que não tem mais voz, é dia e a noite vem carregada, é dia e a noite esconde as feras, a noite das palavras dispostas como dia no engano .

É como o mal se acerca dos filhos que se fizeram ovelhas, hoje é noite de lua, de lua cheia, de rastros de vida no solo, sempre é noite, sempre é noite para as palavras enganadoras que desfilam solenes nos dentes afiados da fera, busca o aflito o contorno das sombras, mas nas sombras a pele dos inocentes brilha como a lua, pois as sombras são abrigos das feras e nelas apenas o que é negro se oculta para a morte e o laço que maculam a penumbra!

Hoje a noite não tem lugar para o que não é fera, hoje a noite não tem ninguém e é como se a ninguém importasse que as feras rondam , que as feras matam, ninguém se importa, na noite só valem o engano e o mal, porque os bons foram feitos para o abate, e a verdade é apenas um mistério ansiado que na terra crua nunca se fez mais sólida que o sonho ou o fantasma da sorte!

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