Medidas
não repressivas têm resultado a médio e longo prazo, medidas de repressão
garantem que as outras medidas sejam implementadas e sobrevivam até que surtam
efeitos. Medida repressiva não é sinônimo de violência gratuita. A repressão é
ao ato criminoso. Tais teóricos acabam sugerindo que a própria existência de um
“poder repressor” é violência. Isso é tomar o efeito pela causa.
Tem gente que defende que uma polícia
desarmada levaria ao desarmamento dos criminosos. É a lógica de que se você
facilitar o “ofício”, eles serão menos violentos. Isso é uma inversão de
realidade. É uma tentativa de justificar a violência criminosa e culpar as
autoridades pelos crimes que eles estão combatendo. Cada caso é um caso. Tem
contravenções que não devem ser reprimidas com a força bruta, mas com a força do
diálogo. Mas aplicar isso a tudo é insano e mostra descaso com os maiores
prejudicados, as vítimas. O aparato repressivo tem que ser eficiente e usar a
força de acordo com a necessidade.
Tem
pessoas que aplicam essas teorias de modo ainda mais cruel. Se um rapaz branco
é morto por um assaltante negro eles veem nisso uma forma de vingança histórica
pela opressão do branco sobre o negro e consideram que a vítima foi o agressor.
Obviamente há racismo, mas não se pode ser reducionista. A justiça pressupõe igualdade.
Querer, com justiça, que ricos e poderosos sejam punidos com rigor não implica
em que pessoas pobres, quando cometem crimes, não sejam punidas. Aliás, a
função principal do “aparato penal” é PUNIR, e acessoriamente recuperar. Por
isso aquele que está recluso é chamado de “apenado”, ele cumpre pena.
Obviamente isso deveria mudar no sentido de que o esforço pela recuperação
fosse até maior que o simples conceito de punição, entretanto uma coisa não
exclui a outra, pelo menos na realidade em que vivemos.
Os
teóricos sempre apontam a educação como o meio. Eles estão certos. Entretanto
ao mesmo tempo propõe um modelo de educação em que não há disciplina rígida e
nem figuras de autoridade. Isso é bonito, e há bons precedentes para isso.
ENTRETANTO, vivemos numa realidade em que não há bases culturais ou históricas que
dariam os suportes para isso. Orientais e Europeus viveram horrores antes de
mudar suas sociedades pela educação. Eles beberam a brutalidade em suas fontes
mais puras, e dessa experiência produziram seus projetos de sociedade. Os
orientais (coreanos, japoneses, chineses) além disso já possuíam uma ética
social/cultural muito mais apurada que a nossa. Ou seja, o que serviu para eles
não serviria, necessariamente, para nós. Uma prova disso é que os melhores
índices na educação brasileira estão em instituições militares ou de base confessional
religiosa com forte ambiente disciplinar. Acredito que deve existir um meio
termo para isso, um ambiente em que a liberdade seja cultivada, mas uma
liberdade responsável baseada em valores humanísticos.
Todos os
exemplos acima mostram como andamos para os extremos, por isso teorias opostas,
ou seja, fascistas, encontram ambiente favorável. Grande parte dos teóricos ignora
os fatos em favor de escolhas ideológicas, e alguns criam hipóteses baseadas em
leituras parciais de dados que favoreçam suas ideias. É preciso fazer como Gautama,
escolher o caminho do meio. Pense nisso.
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