As bombas.

Eu não quero gritar pela noite, sozinho
Ouça meu lamento, veja meu destino
As bombas ainda caem sobre os prédios
Há um menino morto lá fora
Tantos meninos mortos lá fora
E aqui dentro só o horror...o horror!

O mundo está abalado
Onde há humanos por aqui?
Morreram todos e todos se transformaram
Em monstros armados com olhos injetados
E sangue - tanto sangue!- nas mãos?

Ainda ontem ela me disse que sonhava
Mas ela não sonha mais
As órbitas dos seus olhos estão vazias
E seu corpo apodrece na calçada!

Ouçam, há bombas estourando lá fora!
Estamos todos mortos, somos fantasmas
E aqui dentro só o horror, só o horror!

Ela sonhou com paz, ela me disse
Mas agora seus sonhos estão
Como ela,

Apodrecendo na sarjeta!

E aqui o horror, só horror aqui dentro!