Por que me desamparaste quando eu, mortificado, fitava o abismo?
E na luz mortiça do crepúsculo deixaste minha alma nua, jogada como um pano velho sobre as pedras irregulares da calçada;
E ao ver-me, prostituta apedrejada, viraste a face ao poente, como se esperasse que o nascer do sol trouxesse justiça ao mundo;
Na noite fria andava andrajoso e faminto, tremendo de frio e terror das sombras sufocantes, e não me acolheste;
Na lama estava eu, e trêmulo buscava na agulha o alivio de dores de muitas existências, e não fizeste caso;
Eu fui o aborto no córrego, e a alimento do cão sarnento, e me ignoraste;
De escaras minha pele estava cheia, e um líquido pestilento fluía das minhas feridas, tiveste asco de mim,
Furtei a fruta podre que ia ao lixo e não tiveste misericórdia de mim, antes lançaste minha carcaça vazia à cela fria e escura, mas acalentaste em teu seio rico o fastio de quem tem muito e não aguenta mais a prosperidade;
Buscas bens e riquezas que ficarão depois que tu não fores mais que uma lembrança na mente atormentada de velhos anciãos carregados de dias e arrependimentos, mas a mim não destes nem uma migalha dos teus tesouros de prosperidade;
Olhavas o bom e o belo e ignoravas que eu existia nas coisas pérfidas dessa vida, nos monturos e nas velhas cabanas perdidas na mata;
Aspiravas o ar que aspiram os que mandam nessa Terra e achavas que com isto fazias da tua existência algo de imenso valor, mas não concebias a dura realidade de que são estes mesmos homens em seus trajes suntuosos e em suas palavras falsas que maculam a alva veste do mundo com uma sujeira mil vezes mais impura do que as manchas que enxergaste em mim;
E não percebes nessa hora triste quem te lança à face dura as verdades que conheces no teu íntimo;
Não percebes que essa face vazia e essa voz tumular pertencem à tua própria alma, que das distâncias do tempo, no vazio frio que é o fim de tudo, te fala, de dentro para fora, do teu coração iludido.
Eu sou Tu, e dos teus recônditos exalo tua sujeira. Foges às palavras verdadeiras, mas não podereis fugir de mim, da tua CONSCIÊNCIA!
Eu te atormentarei até o fim de tudo, e além dele...
E na luz mortiça do crepúsculo deixaste minha alma nua, jogada como um pano velho sobre as pedras irregulares da calçada;
E ao ver-me, prostituta apedrejada, viraste a face ao poente, como se esperasse que o nascer do sol trouxesse justiça ao mundo;
Na noite fria andava andrajoso e faminto, tremendo de frio e terror das sombras sufocantes, e não me acolheste;
Na lama estava eu, e trêmulo buscava na agulha o alivio de dores de muitas existências, e não fizeste caso;
Eu fui o aborto no córrego, e a alimento do cão sarnento, e me ignoraste;
De escaras minha pele estava cheia, e um líquido pestilento fluía das minhas feridas, tiveste asco de mim,
Furtei a fruta podre que ia ao lixo e não tiveste misericórdia de mim, antes lançaste minha carcaça vazia à cela fria e escura, mas acalentaste em teu seio rico o fastio de quem tem muito e não aguenta mais a prosperidade;
Buscas bens e riquezas que ficarão depois que tu não fores mais que uma lembrança na mente atormentada de velhos anciãos carregados de dias e arrependimentos, mas a mim não destes nem uma migalha dos teus tesouros de prosperidade;
Olhavas o bom e o belo e ignoravas que eu existia nas coisas pérfidas dessa vida, nos monturos e nas velhas cabanas perdidas na mata;
Aspiravas o ar que aspiram os que mandam nessa Terra e achavas que com isto fazias da tua existência algo de imenso valor, mas não concebias a dura realidade de que são estes mesmos homens em seus trajes suntuosos e em suas palavras falsas que maculam a alva veste do mundo com uma sujeira mil vezes mais impura do que as manchas que enxergaste em mim;
E não percebes nessa hora triste quem te lança à face dura as verdades que conheces no teu íntimo;
Não percebes que essa face vazia e essa voz tumular pertencem à tua própria alma, que das distâncias do tempo, no vazio frio que é o fim de tudo, te fala, de dentro para fora, do teu coração iludido.
Eu sou Tu, e dos teus recônditos exalo tua sujeira. Foges às palavras verdadeiras, mas não podereis fugir de mim, da tua CONSCIÊNCIA!
Eu te atormentarei até o fim de tudo, e além dele...
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