quarta-feira, 17 de setembro de 2014

A menina de cascavel

Ofereço esse poema a uma moça gentil, chamada Camila,  que um dia me honrou entregando-me um de seus poemas. Um belo poema em versos! Continue assim, sonhando e lutando por um futuro melhor, longe de toda essa árida poeira!

"Cascavel" aqui não é a cidade, não é e é, mistérios!
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De longe eu via
A estrada sumir na distância
Enquanto a poeira cobria
Os campos em sequidão

A estrada me levava
Longe da minha origem
Para novos rumos
De um outro sertão

E passando por campos secos
Adentrei um vilarejo
Onde habitavam velhas ressequidas
E homens cansados dos dias

"Cascavel" dizia a placa
Encravada no meio do dia
Esquecida no pálido sertão!

Passei a pequena cidade
Quase sem ser visto
Era finzinho de tarde
De um dia terrível, malquisto!

Sentei ao pé d'uma árvore
Para descansar os ossos incertos
Quando sobre o ombro me oferecia
Um copo d'água cristalina
Uma sorridente e corada menina.

A água sorvi num impulso
E fitei em seguida
Os olhinhos sorridentes

A estrada tornou a ser empoeirada
E os campos secos a passar
Não lembro mais dos dias, das noites
Tudo tão cinzento!

Mas lembro da menina e do seu gesto
Naquele momento de docilidade e pureza
Num lugar tão incerto!

Diz o evangelho, e hei de acreditar,
"E quem der um copo d'água que seja
Sem seu galardão não ficará!"

Passam as estradas e a poeira
E fica o sorriso inocente
Daquela doce menina
De Cascavel!

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