terça-feira, 24 de outubro de 2023

Soneto da estranheza

 

Já penei demais nessa vida
Tentando aos outros me conformar
Quem com a vontade alheia lida
Jamais o eu próprio vai encontrar
 
Já chorei demais por ser esquisito
E falhar na luta para ser aceito
Desse emprego maldito me demito
Para aceitar aquilo de que sou feito
 
Na minha penumbra não cabe tal pureza
Pertenço à parte esquerda da criação
Aquela que causa horror a muita gente
 
Deixo de na vida procurar uma razão
Que entendo está de todo ausente
Aceito de braço aberto minha estranheza

Nenhum comentário:

Postar um comentário