terça-feira, 24 de outubro de 2023

Bela, que me ensinas a certeza das coisas

Bela, que me ensinas a certeza das coisas
Torna ao jardim que primeiro me introduzistes
Para renovarmos as memórias distantes
Dos tempos em que as crianças corriam pela
Estrada, cobertas de lama e aos risos
De toda preocupação ausentes
Bela canção do abismo, que abismos sem fim
Invocastes, chama com tal voz minha alma perdida
E ensina-me ainda as lições sob aquelas sombras
Tão frescas, retira de mim esse imoderado
Ato de perplexidade, ando com homens, com vaidade
Com ausência em presença, mas sou deles eu mesmo
Um vaso que espera pelo perfume delicado
Que só tu me podes derramar, ausência te chamo
Conforme os sábios, sabedoria é teu nome, a Bela
Mas como eles, apesar de já ter aos teus pés
Descansado, não construí contigo tal intimidade
Ensina-me, para que no meu silêncio eu ouça tua voz
E nos hiatos da tua canção, eu aprenda a modular
O que sou com aquilo que és e o que faço
Com aquilo que prescreves, se tal o digo, é momento
Refirmo, tu és das musas a mais bela e das vozes
Que ecoam, a mais sonora, posto que no silêncio
e do silêncio, emerges. 


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