Sobre a cabeça pairava
Tanto a intátil substância
Que de ser os pensamentos
Paravam e o sentir
Como gado no pântano
Sob a lama debalde
Se agitavam
No devir da sombra eterna
Calculei o fim dos meus passos
E o ar, como pedra no peito,
Quedou-se no seu ato infausto
O passado abraçou o futuro
E diante da lápide
Ambos choraram
Ao nome um dia eterno
Agora esquecido
Do que fora o que
Jamais deveria ter sido
Mas sob a fina chuva que caía
O frio desempenou as engrenagens
E o pensar que ora morria
Expandiu-se em grave rebeldia
A lápide de novo batia
E o chorume percorreu firme as veias
Dando às faces pálidas nova cor
Que do sorvedouro
Resgatou seus bois
E o campo de novo sorria
Ao ocaso do ocaso desse
Morto dia.
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