sábado, 23 de novembro de 2019

A máquina que de papel fazia comida.



A prova que tenho de que minha infância foi profundamente ferida.
É que criança eu divagava sobre uma máquina que de papel fazia comida.

Por cima entrava papelão, jornal e santinho de candidato
Por baixo saía frango assado, maionese e arroz sobre um grande prato.

Minha boca se enchia d'água com tanta gostosura imaginada
Já pensou carne assada, bolo, salsicha,
E de quebra uma bela feijoada?

Agora adulto nem sempre percebo como hoje tenho tanta fartura
Mas comendo me pego a pensar que a fome é  de todas a coisa mais dura

Ainda mais quando se sabe que atinge sempre o mais inocente
O pai sofre, a mãe chora, mas a criança de todos é o que mais sente.

Reminiscências da minha infância ferida.

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