A prova que tenho de que minha infância foi profundamente ferida.
É que criança eu divagava sobre uma máquina que de papel fazia comida.
Por cima entrava papelão, jornal e santinho de candidato
Por baixo saía frango assado, maionese e arroz sobre um grande prato.
Minha boca se enchia d'água com tanta gostosura imaginada
Já pensou carne assada, bolo, salsicha,
E de quebra uma bela feijoada?
Agora adulto nem sempre percebo como hoje tenho tanta fartura
Mas comendo me pego a pensar que a fome é de todas a coisa mais dura
Ainda mais quando se sabe que atinge sempre o mais inocente
O pai sofre, a mãe chora, mas a criança de todos é o que mais sente.
Reminiscências da minha infância ferida.
Nenhum comentário:
Postar um comentário