terça-feira, 15 de novembro de 2016

POR FAVOR NÃO JOGUE PAPEL NO CHÃO

"POR FAVOR NÃO JOGUE PAPEL NO CHÃO"
"Não jogue papel no chão" como aviso num banheiro, escrito assim mesmo, já parece algo redundante, afinal, papel usado não deve ser jogado mesmo no cesto reservado para esse fim? Parece óbvio, não?
Trafegue pela rua e não pela calçada.
Use roupas ao sair de casa.
Não evacue no chão da cozinha.

E os avisos que deveriam ser desnecessários se avolumam.
Por que as pessoas têm que ser lembradas de que não devem fazer aquilo que é lógico não fazer?
Mas a surpresa não está na redundância do aviso. Está na locução adverbial que antecede. Não é um aviso, nem uma ameaça. É um pedido.
Como se alguém do outro lado implorasse "por favor não faça isso ". Imagino que o "por favor" ali é só polidez mesmo (ou ironia), um "por favor" do tipo "caramba meu, você vai fazer isso mesmo?".
Por que um banheiro precisa desse aviso? E daquele outro: "mire no centro do vaso ô cara!". "Por gentileza, não use suas fezes como tinta para deixar mensagens escritas à mão nas paredes".
É uma merda...
E o aviso? Ora, o banheiro é coletivo. E você sabe, o que é de todos acaba não sendo responsabilidade de ninguém. Não! Pelo contrário!!!!
E os avisos desnecessários continuarão absolutamente necessários. Se não para ameaçar, pelo menos para tocar o coraçãozinho do criminosinho anônimo que insiste nos seus pequenos atos revolucionários...

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