domingo, 22 de maio de 2016

A morte e a Vida.



Tudo o que a gente faz, sonha, milita, arrisca...está amparado numa base muito frágil, nossa própria vida. E a vida é o mistério de quem se move descalço num túnel completamente escuro!
Quanto mais a gente vive, mais a gente se acostuma com a realidade da morte. Você vai vendo mais e mais pessoas "passando além"...e sabe que em algum momento você mesmo "passará".
A realidade da morte é universal. E cumpre sua função em abrir caminho para que a vida continue, embora ela seja exceção. O mal é sempre uma questão particular, no drama maior que se desenrola ele é irrelevante.
Por isso os sábios sempre aconselharam a ter a morte em perspectiva, sem "travar" por causa dela, e viver a plenitude da vida a cada momento. Pois a visão da vida, ainda que transitória, nos leva sempre à maravilhosa consciência da grande oportunidade que é estar vivo.
Os sábios também nos aconselham a amar a vida em sua essência, e não nas formas artificiais que criamos. Eles nos dizem que nossos tesouros estão nas nossas experiências, no conhecimento que vamos adquirindo, nos valores que vamos praticando e nas relações com outras pessoas.
Eles nos incitam a não nos apegar demais aos nossos bens, a entender que nada trouxemos e nada levaremos daqui. Que o mundo gira não em torno da propriedade, uma abstração, mas numa imensa rede, a palavra do mundo é conexão.
A morte é sem remédio, mas é possível entender que ela é apenas uma parte da coisa quando temos nosso foco na vida.
A vida pode ser a coisa mais frágil do mundo, do nosso ponto de vista, mas é, disse Carl Sagan, a forma como o universo conhece a si mesmo.
E cada um de nós é universo, por isso a sabedoria ensina "Conhece-te a ti mesmo".
γνωθι σεαυτόν!

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