Sansara Antropocósmico

Sobre o éter sentado
A tudo observa
O caos e a morte instalados
Humanos como insetos
Num mundo que é um universo
Em cada uma daquelas fontes
De experiência e dor
Do infinito distante as estrelas brilham alheias
E um bilhão de mundos encontra o seu ocaso
Num instante em que Ele vê
O horizonte de eventos
E a luz tentando escapar...
A chuva cai fininho em São Francisco
Enquanto uma prostituta drogada
Lança ao vaso seu último filho
Ignorando o tumulto do buraco-negro
E pensando que precisa de um trago.
Um envelope se assenta no fundo do cofre
Dele depende a eleição do Grande Homem
Nas horas negras em que o Partido Assume
O leme frouxo da ignea Nação.
Na tela os riscos se fazem reta, o som muda
Enfermeiras correm...desfibrila!
Assistolia!
E num milhão de anos a multidão do devir
Assoma a Porta inaudita num espasmo de segundo.
Porque Cronos encontrou Themis
No átrio do novo Multiverso.
E ainda assim o Impertubável não se move
Porque aqueles olhos negros não podem ver
Ele nunca viveu e acaba de morrer com o Homem,
Das suas tantas faces uma apenas impera
A Singularidade primordial
E essa face encara resoluta
O flutuar constante do NADA.
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