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Hoje eu tentei afugentar aquela
Doce lembrança de te sentir sem os sentidos
E te ver nua como a bruma enevoada
Lançando ao vento teus cabelos violáceos
Tendo por tapete a Via Láctea e por jóia
A misteriosa matéria das estrelas distantes.
Oh, que gozo sentir tua pele diáfana
Trêmula diante do meu toque onírico
Enleio gracioso, tenaz desejo
Do teu seio argentino
A prata estendida ad infinitum
Sob miríades de luzeiros.
Monólito de beleza oriunda
Das eras primordiais da terra.
Quem entenderá teu enigma?
Somente o meu amor obscuro,
Encomiando a síntese
Dos elementos fundidos
Correndo elétricos pelo teu púbis.
Paro, arfando extasiado
Pelo influxo inexplicável do meu corpo abatido
Contemplo teus olhos e vejo
O inefável mistério da eternidade
Correndo em correntes cíclicas
E graves ondas ascendentes.
É um sonho, um delírio
É você tão distante, tão volátil...
Tão próxima quanto a loucura que bate
À minha porta ausente...
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