quinta-feira, 30 de março de 2017

As Maquinas e Nós



Faz tempo que a gente ouve que um dia as maquinas estariam integradas aos nosso corpos num nível maior que o de um marcapasso, por exemplo.
Usamos próteses, mas elas se ajustam, pelo menos a maioria delas, numa relação mecânica conosco. Nada como a major Motoko Kusanagi de Ghost In the Shell (algo como "O fantasma dentro da concha) que agora virou filme com Scarlett Johansson .
Estava pensando sobre isso, e me parece que sim, já estamos integrados. Nosso cérebro, li por aí, é plástico, ele se adapta. Temos um rol limitado de "ferramentas" em nossos membros e órgãos que nos ajudam a fazer coisas no mundo.Quando adquirimos uma nova habilidade, não há um mudança ou adaptação correspondente em nossos membros. Mas aquela habilidade altera de algum modo a nossa arquitetura cerebral.
Pense em quando você estava aprendendo a dirigir, andar de bicicleta ou mesmo utilizar o mouse. Mudar as marchas, virar a bicicleta enquanto pedalava e clicar sobre o um ícone eram atividades que demandavam uma "ação consciente direta". Você precisava olhar para a alavanca de marchas, pensar se estava na primeira ou na terceira, lembrar de virar o guidão ou inclinar o corpo e olhar para o ratinho em sua mão. Com o tempo essas habilidades se tornaram automáticas, como se os abjetos fossem integrados à estrutura do seu corpo. E dizemos que eles são realmente extensões de nós mesmos.
Eu lembro bem como era complicado utilizar o mouse ao mesmo tempo em que cuidada do ponteiro na tela. Problema que as pessoas que cresceram na era do computador não têm. Repare como as pessoas mais velhas se batem com mouses e telas touchscreem.
Aliás, me parece que as telas touchscreem nos levaram um passo adiante. E nossa integração com a máquina é tão grande que não vivemos mais sem os onipresentes celulares.
Quando utilizo a função copiar no celular acontece uma coisa estranha. É como se a coisa copiada estivesse no meu dedo. A sensação é leve, mas não passa antes de eu colar ou pelo menos tirar aquilo da mente. Não sei explicar isso, mas certamente tem a ver com a plasticidade do meu cérebro e de como ele está percebendo um objeto que nem mesmo é material ( a informação do que copiei) como algo real.
Acredito que a integração "plena" será possível, e até facilitada, por causa dessas mudanças no cérebro. Nós não criamos apenas novos apêndices para nossos corpos, mas criamos hardwares e softwares cerebrais que nos permitem utilizar essas extensões.
Somos todos ciborgues.

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