quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017

Um poema Amargo

Eu era tão ingênuo
Ou bobo, talvez ainda seja...
Quando, Senhor, levaram minha inocência.
Ou a inocência que eu pensava que tinha
E deixarem no lugar esse ser amargo e cínico
Que não acredita mais num sorriso
Que não lembra mais como eram
As músicas que a gente cantava nas esquinas
Sentados no meio fio, dois ou três, e um violão
Naqueles dias barulhentos
Eu já não lembro, Senhor, como era
Quando eu não sabia da maldade
E quando eu ainda não era
Um de seus escravos
Senhor, eu já não sei por que não choro
Quando devia chorar e rio
Quando todos estão chorando
E alguém confunde isso com felicidade
Mas é só fraqueza e loucura, e um cinismo de
Mim mesmo, eu rio da figura que me tornei
Eu rio as risadas amargas da loucura
Sonhando sem sonhar
Com o tempo em que meu coração ainda
Não havia secado e a vida ainda era
Todo um mundo a ser alcançado
Antes de roubarem minha inocência
Antes de tornarem minha alegria em
Solidão e minha vida, Senhor
Um passo dentro da escuridão.

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