domingo, 22 de janeiro de 2017

Discurso do Homem da Assembléia

O Homem da Assembléia diz: "Como são transitórias todas as coisas! Tão transitórias! Tudo é transitório! Ganha realmente algo sob este sol aquele que trabalha com todo o seu esforço? Infindáveis gerações vêm, e outras tantas se vão, mas o mundo permanece do mesmo modo. Ocasos e alvoradas se sobrepõem apressadamente. Os ares de deslocam em todas as direções, voltando sempre ao seu ponto de partida. Todos os rios vão desaguar no mar, e ele não transborda; o ciclo sempre se refaz, e o que desaguou torna para novamente desaguar.
Tudo o que se faz resulta em muito cansaço, sem que alguém explique tudo com exatidão. Os olhos não se cansam de ver, nem os ouvidos de ouvir. Tudo o que passou está vivo naquilo que ainda virá, e se farão de novo todas as coisas que já foram feitas. Não há nada novo debaixo desse céu. Haveria algo de que se poderia dizer "veja, isso aí nunca houve", Não! Tudo o que há já existiu de algum modo em tempos passados. Assim como esquecemos os tempos passados, não haverá lembrança das geração futuras pelas que virão depois.
Eu, o homem da assembléia, fui o monarca na Habitação Harmônica. Dediquei com sensatez minha mente ao exame e investigação das coisas que são feitas debaixo do sol. Que dura tarefa o Elevado atribuiu aos homens! Observei todas essas coisas que se fazem sob o céu, é tudo por demais transitório, é como correr atrás do vento. O torto não se endireita. Ignora-se o que não está patente aos olhos.
Meu pensamento foi de que me tornei um homem próspero, com uma sabedoria superior à dos que governaram a Habitação Harmônica antes de mim. Acumulei sabedoria e conhecimento. Por isso dediquei minha mente a entendê-los, mas descobri que até isso é como perseguir o vento, porque ser sábio conduz à frustração, e quanto maior o conhecimento, maior é a tristeza.

Discurso do Homem da Assembléia (Eclesiastes) 1: 2-18. Minha versão fluída.

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