sexta-feira, 26 de agosto de 2016

As vozes dolorosas enchem as fronteiras...

As vozes dolorosas enchem as fronteiras
De gente que sofre, que sente, gente que morre
Como formigas...
As luzes de todas as cidades são reflexos
Dessa indiferença
E as paredes escondem nossa vergonha
Das vítimas que se amontoam pelas
Praças de outras cidades
Nas noites frias contemplamos as faces
Quentes de nossos filhos que adormecem
E esquecemos as faces suplicantes
Dos filhos de filhos esquecidos
Dos filhos da nossa gente!
Damos de ombros, e os ombros da mente
À responsabilidade que não pensamos
Que temos
Como se a vida tivesse tornado
Nossa natureza amplamente social
Em individualidade furtiva
Somos nós os geradores
De todo esse mal que não é necessário
Como se algum o fosse...
Talvez um dia tenhamos a coragem de banir
A dor que criamos
Para além de qualquer fronteira
De qualquer possibilidade de lembrança
Talvez uma dia tenhamos
No igual um igual e irmão
E nenhuma diferença haja
Nem posição, cor ou escolha
No dia em que a única pátria
Seja a humanidade.

Nenhum comentário:

Postar um comentário