quarta-feira, 25 de junho de 2014

Um poeta triste

A tarde se entregou em silêncio
Eu não sabia que os dias eram todos assim!

Por que vocês não me disseram, meus amigos, que as coisas
Vagavam desta forma? 

Ao pensar nisso as lágrimas me vêm aos olhos
Pensar que os dias que me restam serão cheios de 
Tardes declinantes.

Dia desses encontrei um poeta na floresta
Mas ele não servia para nada
Como para nada servem os poetas que vivem tão tristes.

Dizem que existe antídoto para essa dor inaudita do mundo...
Não! Não é dor do mundo, é uma dor que só existe
Porque existem corações que servem como abrigos.

O antídoto, recitava o poeta esquecido, está perto
como o cão de sua cauda
E tão longe
Quanto o cão de sua cauda!

É essa a dor que nos assola!
Essa dor mesquinha que só se abriga
No íntimo de quem está sozinho...

De quem sempre está sozinho!

Por que vocês não me disseram meus velhos amigos?

Porque estou sozinho e todos os meus velhos amigos
Não passam de um sonho esquecido...

Já falei de um poeta que encontrei outro dia?
Foi na floresta aqui vizinha
Mas era um poeta triste, tão triste
Que agitei as águas onde o vi refletido

Pois, já se disse, para que nos servem poetas
Tão tristes?

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