sábado, 15 de fevereiro de 2014

Sem Retorno

Sabe amigo,
Hoje é um daqueles dias
Em que a gente deseja sumir pela estrada

Pois sentimos que estamos,
Entre tanta gente que nos cerca,
Irremediavelmente sozinhos.

Sentimento estranho...
De ser invisível sendo visto
E totalmente incompreendido
Até por si mesmo...

Dizem que tais sentimentos
Indicam o ponto de onde não há mais retorno
Nem lugar para onde se queira retornar
Pois tudo se foi,
Até o prazer por algo que possa ter existido.

E que, pior, nessa terra de iguais,
Além da “sanidade do mundo”
Só existem desiguais...

Pois os iguais estão todos do lado de cá
Ainda que apenas na ilusão de serem
Parte dessa massa que ao custo da individualidade
Faz gado mais que seres humanos.
São iguais apenas na insanidade
Que desloca os termos e as imagens
Sendo o padrão que a todos guia

Pelo mesmo caminho
Direto para o mesmo abismo.

Eu olho as cidades e vejo
Apenas poeira
E olho as pessoas
Sem rosto, sem identidade
Sem destino

Vivendo cada dia seus mitos
Criados para suportar a dura vida
E dar cores de significado
Ao que por ganância foi criado.

Amigo, me deixa!
É hora de partir,
O sol já não castiga tanto
E os cães começam a se recolher
A estrada me chama
É minha hora de partir!

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