sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

"Não quero saber para crer, mas crer para saber"

"Não quero saber para crer, mas crer para saber"

Com essa frase Santo Anselmo descreveu o mecanismo de todo tipo de crença. Embora, é claro, não fosse esse o seu desejo...

Toda pessoa quer acreditar nas suas próprias crenças, mas o fato é que elas se assentam numa base lamacenta de dúvida. É preciso calar essa lama, pois certeza é segurança!

E nos convencemos AGINDO. Tentamos a todo custo convencer os outros para convencer a nós mesmos, precisamos CRER, pois a crença assume em nós a característica de "VERDADE".

[Fé é muito mais uma questão de atitude que um sentimento]

Dizem que esse mecanismo é evolutivo, que crer foi essencial...mas crer em tolices? Não há diferença entre crenças, pois o foco não é o objeto, é a necessidade de DOMINAR algo.

A verdade não é descoberta, ela é construída a partir dos retalhos da nossa percepção. Da ilusão de ordem no mundo montamos nossas teleologias.

Primeiro a crença, depois as "evidências" surgem...mas as "evidências" são leituras que fazemos, projeções do que sentimos.

Assim, nesse sentido, crer é saber.

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