Quem já não ouviu essa máxima de Sartre? E quem nega essa fato? Não que a vida
humana possa ser completa no vácuo da falta de interação, somos e nos
conhecemos, no sentido em que temos um padrão com que nos comparar, nos outros.
Nem acho que Sartre fosse solipsista também, ele apenas exemplificou nosso
conflito. Ser humano é estar em conflito com outros seres humanos. Temos as
pessoas ao nosso redor, interagimos com elas e buscamos, pela negociação,
estabelecer a aceitação dos nosso projetos pessoais. Do conflito surge a
síntese ou a ruptura.
Na síntese o humano se congrega em torno de algum tema. Nos unimos para ter
segurança, para ter satisfação, para ter prazer.
A ruptura é o momento que nos colocamos em oposição ao outro. Estabelecemos que
nosso grupo, nossa visão não é só a adequada, mas a correta e e verdadeira.
Elegemos tópicos, e fazemos dele a meta final da vida.
O conflito nasce já no âmbito das relações pessoais, viver em conjunto é
sacrifício, é sempre estar negociando. O Inferno são os outros no sentido de
que estamos sempre vendo nossos projetos baterem no dele, no do outro.
"Viver é perigoso", disse Teobaldo, pois viver implica ter seu campo
magnético pessoal interagindo com outros campos e gerando percalços
eletromagnéticos, metáfora.
Vencemos tudo, as doenças, as ameaças, a natureza, mas vamos sempre sofrer no
campo das relações.
O inferno somos nós.
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