terça-feira, 8 de outubro de 2013

O Inferno são os Outros?

Quem já não ouviu essa máxima de Sartre? E quem nega essa fato? Não que a vida humana possa ser completa no vácuo da falta de interação, somos e nos conhecemos, no sentido em que temos um padrão com que nos comparar, nos outros.

Nem acho que Sartre fosse solipsista também, ele apenas exemplificou nosso conflito. Ser humano é estar em conflito com outros seres humanos. Temos as pessoas ao nosso redor, interagimos com elas e buscamos, pela negociação, estabelecer a aceitação dos nosso projetos pessoais. Do conflito surge a síntese ou a ruptura. 

Na síntese o humano se congrega em torno de algum tema. Nos unimos para ter segurança, para ter satisfação, para ter prazer. 

A ruptura é o momento que nos colocamos em oposição ao outro. Estabelecemos que nosso grupo, nossa visão não é só a adequada, mas a correta e e verdadeira. Elegemos tópicos, e fazemos dele a meta final da vida.

O conflito nasce já no âmbito das relações pessoais, viver em conjunto é sacrifício, é sempre estar negociando. O Inferno são os outros no sentido de que estamos sempre vendo nossos projetos baterem no dele, no do outro.

"Viver é perigoso", disse Teobaldo, pois viver implica ter seu campo magnético pessoal interagindo com outros campos e gerando percalços eletromagnéticos, metáfora.

Vencemos tudo, as doenças, as ameaças, a natureza, mas vamos sempre sofrer no campo das relações.

O inferno somos nós.

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