Como é tão difícil para nós, seres humanos, lidar com a agressão. A gente sabe
o que vai dentro de nós, e isso nunca é igual ao que os outros imaginam. As
pessoas estão sempre julgando nossas intenções, dizendo que no nosso lugar
fariam isso e aquilo, mas na verdade somos todos crianças correndo sozinhos na
mata. Vemos monstros terríveis onde só existem galhos de árvores e uivos no
agitar impessoal do vento. Erguemos defesas e agredimos aqueles outros solitários
como nós.
Mas às vezes a gente se pergunta: para que tudo isso? É uma corrida? É uma
competição? E qual é o prêmio? Não deve ser algo bom, se é que existe, dada a
quantidade de sofrimento que gera, afinal de contas, a vida já é uma coisa
perdida no sentido de que ela tem data para acabar.
Construímos um "nome", lutamos para manter elevada a bandeira da
nossa honra pessoal...mas no fundo somos criaturas assustadas, perdidas,
confusas.
É uma ilusão. Se pelo menos a gente conseguisse aproveitar essa chance de viver
ao máximo naquilo que é realmente importante, sem correr tanto, sem acumular
uma carga tão grande de sofrimento inútil. Pena que isso é só para os santos,
só eles tem desapego suficiente para não se iludir com esses bibelôs que nos mantêm
"alertas".
Mas quem sou eu na ordem do dia? Um passante, uma neblina ou só mais um iludido
tentando ver o melhor das pessoas? Ou alguém que se debate internamente
tentando agradar um monte de gente que nem ao menos se preocupa com a forma
dolorida como eu sinto a vida? Vai saber. Estou correndo nu no mato, vendo
criaturas fantásticas em cada canto escuro e inimigos ferrenhos por todos os
lados...
Você vai dizer que isso não é para você...e não é mesmo, esse aí sou eu. Não
deem tanta importância para algo tão pequeno.
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