sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Meu Filho

Meu filho

Se realmente aspiras à felicidade
Entende desde já que sob esta abóbada
Segredos seletos se escondem

Nunca digas ao teu próximo a verdade
Do que paira como um enxame entre teus olhos
E a doce caverna oculta dos teus pensamentos

E jamais deixes saberem
Que teus sentimentos existem e são
Frágeis como as pequenas sementes do campo...

Meu filho nunca te exaltes
Pois és pó e ao pó tornarás
E tudo o de belo e alto que pensas existir em você
Será uma sombra esquecida no dia em que teus olhos secarem.

Há seres maus nesse mundo
E destes há muitos que de posse
Da verdade de teus pensamentos e sentimentos
Farão de ti o pão amassado sob
As patas pestilentas de Plutão.

Há gente falsa na sua ignorância
Gente que não percebeu a passagem da vida
E do homem pejado de maus humores
E soberbas coroas de futilidade.

Entretanto, meu filho
Se te bastas a ti próprio
E não tens no outro a luz do teu fulgor
Viva conforme teus olhos
Não buscando, mas doando o que tens de sobra
Pois cresceste além da avidez que a todos possui

Da vida só se leva aquilo que se deixou
E colhemos todos os frutos
Que altruisticamente doamos
Pelo caminho

Meu filho.

23/08/2013

A única verdade disso é o sonho da imagem, todo o resto é falso, mera miragem, sofisma da mente para si mesma, engano.

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