sábado, 23 de fevereiro de 2013

Odeio


Odeio as coisas certas no fim do túnel
Os velhos patriarcas e as matronas
Cheias de receitas e belos conselhos

Odeio a tinta que reveste as palavras
Os atos, a cara, o peito...
Odeio todos esses piratas de sentimentos
Esses caras com pompa e circunstância
Essas bestas disfarçadas de lembranças

Odeio a mentira que se tornou a regra
E o velho costume de ser o que são os outros
Odeio o dia em que a miséria chora nas ruas
E odeio os banquetes de gente abastada

Odeio estar aqui falando ao meu eu
Mas um eu tão alheio
Que as palavras que digo são
Como gotas de água suja
Descendo incertas para dentro dos rios

Odeio desde sempre ser
Um representante de tudo o que
Mais odeio...

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