sábado, 23 de fevereiro de 2013

Fim de semana


No fim o dia escoou pelo ralo do tempo
O dia último o dia primeiro
Todo fim de semana tem a mesma cara
O mesmo cheiro, o mesmo feitio
As mesmas velhas desculpas para mim mesmo

O dia se foi pelo ralo do tempo
O primeiro dia do resto da minha vida
De vez em quando me pego pensando
Em como era quando eu era criança
E não lembro, não consigo lembrar
Minha vida escoou pelo ralo também?

O dia, onde está o dia que se foi pelo ralo do tempo?
Todo fim de semana traz as mesmas razões
Para que eu minta a mim mesmo
E mentindo sonhe com outras belas mentiras
Mentiras bem aparadas pelo passar do tempo
O tempo inclemente, tirano, vazio
Vazio de sentido, eivado de incertezas

Era um dia que desceu pelo ralo do tempo
Um dia como os outros, incerto
Quem é o fantasma que me encara do espelho?
Com esses olhos cheios de cobranças
Esses olhos mortiços que pedem algo
Que está muito além das forças do dia
O dia que escorre lentamente pelo ralo do tempo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário