À sombra do
velho Carvalho encontrei o Menestrel. Seus olhos cansados estavam perdidos no
infinito. A viola jazia largada sobre a terra escura, sem cordas, muda... Suas
mãos tremulas indicaram a raiz mais próxima. Ele cantou:
Um sonho brilhante levei por vales e ravinas
Um som se aninhava no coração
E velas de luz apontavam meu destino.
Nas cidades, nas praças deixei meus passos
De tantas crianças abraços, e belas senhoritas...
Um sonho brilhante levei por vales e ravinas
Um som se aninhava no coração
E velas de luz apontavam meu destino.
Nas cidades, nas praças deixei meus passos
De tantas crianças abraços, e belas senhoritas...
A rua expande
a valsa do conhecimento
E novas notas vão sendo pintadas
No grande quadro da Vida.
Porque eu só via a caminhada
E pouco percebi do caminho...
A erva verde colhia no mato e o fruto saboroso
Comia molhado das gotas da chuva
Quando os céus ainda as destilavam...
Nas estradas eram muitos meus companheiros
E tantos eram os meus amigos quantos o salgueiros
Da estrada da Babilônia, onde a ruína jaz feliz
E o sonho apodrece sozinho nas vielas...
Um dia, cansado, acordei sozinho
E sozinho andei no tumulto da tarde
Nem crianças, nem belas jovens...
Nos dias seguintes abracei de vez o pó
E deixei a alegria para os velhos bêbados
Os anos se passaram e os rostos continuaram
Desconhecidos como ondas em mar estranho.
Envelheci como um sapato velho
Como a peça rejeitada, a limalha do metal vil
Esqueci como eram as mãos suaves
Esqueci o tanger ruidoso da vida.
Só me restam as lágrimas e o pó da estrada
Como túmulo eterno.
Ele se calou e seus olhos ficaram ainda mais baços. A mão descarnada aterrissou na terra nua e a pele foi murchando. Suas roupas se evolaram. Seus cabelos subindo ao vento. Logo havia uma mancha negra no lugar onde estivera e depois nem isso. Tomei o instrumento quebrado e sentei-me onde o menestrel estivera. Tangi cordas ausentes e cantei canções havia muito esquecidas.
Olhando o céu azul e as aves no infinito percebi, com um profundo sentimento de estranheza, que a sombra com a qual eu estivera conversando era, de uma forma enigmática e assombrosa, o vulto do ser que eu mesmo era. Era eu perdido na estrada...
E novas notas vão sendo pintadas
No grande quadro da Vida.
Porque eu só via a caminhada
E pouco percebi do caminho...
A erva verde colhia no mato e o fruto saboroso
Comia molhado das gotas da chuva
Quando os céus ainda as destilavam...
Nas estradas eram muitos meus companheiros
E tantos eram os meus amigos quantos o salgueiros
Da estrada da Babilônia, onde a ruína jaz feliz
E o sonho apodrece sozinho nas vielas...
Um dia, cansado, acordei sozinho
E sozinho andei no tumulto da tarde
Nem crianças, nem belas jovens...
Nos dias seguintes abracei de vez o pó
E deixei a alegria para os velhos bêbados
Os anos se passaram e os rostos continuaram
Desconhecidos como ondas em mar estranho.
Envelheci como um sapato velho
Como a peça rejeitada, a limalha do metal vil
Esqueci como eram as mãos suaves
Esqueci o tanger ruidoso da vida.
Só me restam as lágrimas e o pó da estrada
Como túmulo eterno.
Ele se calou e seus olhos ficaram ainda mais baços. A mão descarnada aterrissou na terra nua e a pele foi murchando. Suas roupas se evolaram. Seus cabelos subindo ao vento. Logo havia uma mancha negra no lugar onde estivera e depois nem isso. Tomei o instrumento quebrado e sentei-me onde o menestrel estivera. Tangi cordas ausentes e cantei canções havia muito esquecidas.
Olhando o céu azul e as aves no infinito percebi, com um profundo sentimento de estranheza, que a sombra com a qual eu estivera conversando era, de uma forma enigmática e assombrosa, o vulto do ser que eu mesmo era. Era eu perdido na estrada...
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