"Ouçam, Filhos do
Homem, o apelo que a vida vos faz desde as profundezas cósmicas. Do brilho
fugaz de uma estrela, um mundo vos chama. Deitai sobre o céu noturno e
acordareis no Paraíso de um novo mundo. Ide e tomai por herança o Reino Celeste
que vos implora a presença. Construí vossas arcas celestes, vossas Gaias, para
viverdes muito tempo na solidão do berço. E logo que vosso pé marque a poeira
de um novo mundo, preparai a próxima geração para continuar a vossa
Peregrinação. Vosso destino está naquilo que vossas mentes não podem alcançar,
onde vosso sonho se aninha nas tramas do Tudo. Não terminareis de trilhar todas
as estrelas antes que vossos veneráveis ancestrais encontrem nas linhas do
Universo sua morada final, nesse dia sereis um com o Todo. Ide, crescei e vos
multipliqueis. O solo em que pisardes será sagrado para vós, mas não tanto
quanto vossa missão. A mudança, meus filhos, é a mãe da sobrevivência. Mudai e
se adaptai. Dos códigos de vida guardados em vossas arcas tirareis e
acrescentareis novos tesouros. Não aportareis em terras de seres conscientes,
mas, se possível, deixai para vossos irmãos algum dos dons que recebestes. Ide,
cumpri vossa missão de levar Vida à matéria bruta, enquanto não sois um com
ela".
"A mudança, meus filhos, é a mãe da sobrevivência."
"Se a vossa ideia
precisa de violência para se impor; e se as evidências não são seu selo
eficiente; então não vale nem mesmo o esforço discuti-la, pois o fato não
necessita de aprovação, senão de boa utilização. Sejam os fatos o combustível
das vossas ideias e a razão seu veículo e comburente".
Seção IV, #37 das Máximas e Aforismos da Verdade Empírica.
Seção IV, #37 das Máximas e Aforismos da Verdade Empírica.
"A posse é ilusão. Nada
tendes que seja realmente vosso. O bem que hoje apertais contra o peito amanhã
abrirá asas com direção ao infinito. Não podeis possuir o que é material porque
não sois seres materiais, sois inteligências experimentando a realidade material;
sois as centelhas da vida brilhando na noite eterna. Considerai-vos como
guardiões e despenseiros dos bens que tendes em vossa guarda, e usai deles para
o bem da vossa espécie. Olhai vossos corpos, nem deles sois senhores, pois a
matéria de que sois feitos sofre constante mutação e viaja no tempo agregada a
múltiplos seres. Meus filhos, quando fixardes vosso olhar no céu noturno não
vos esqueçais que sois poeira das estrelas. Como descendentes delas, usai vossa
vida para brilhar e dar luz e fazer da vossa matéria um bem que anima seres
inteligentes que possam apreciar o brilho do qual vos desprendeis".
Palavras do Profeta na Seção VII, #37 dos Discursos da Verdade
Empírica.
OBS: Livro fictício apresentado no conto Colonização .
Nenhum comentário:
Postar um comentário