Eu procuro um caminho entre o sargaço morto
À beira da praia,
Meus pés descalços tocam a areia deixando nela meus passos
Que logo são cobertos pelo último esforço das ondas,
Miro o oceano, vasto como meus sonhos.
Sinto a brisa marinha acariciando meu corpo
Com toques tão suaves, ela gira em meu entorno.
Lá longe, além das asas da gaivota,
Lá, onde cada dia é mais um dia possível,
Existe um outro mundo, um outro destino.
No horizonte um veleiro
Singra as águas procurando seu caminho.
Eu estou hoje tão sozinho,
Mas me encontro em cada um desses meus amigos
A areia que muda comigo
As ondas impelidas por ventos marinhos
E a brisa pronta a dispensar seus carinhos...
Abro meus braços e acolho estes meus amigos
Penso em ser um com eles, e eles comigo
Nesse fluir irreversível que se chama vida
A tarde cai sobre o oceano
E o sol se faz vermelho na linha distante
Volto sobre meus passos
Para a massa amorfa dos outros seres humanos
Onde cada um é um instante perdido
Como um soluço nas vastidões
Do tempo distante.
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