Eu apenas levanto a cabeça
E logo estou flutuando entre as nuvens
Esqueço-me das minhas tantas contradições
Culpa, medo, tristeza e dúvida recolhem-se.
Tão alto! O vento me acaricia e o sol beija suavemente minha pele
É estar a ponto de tocar o universo
Os que me ferem são pontos no chão
Tão insignificantes quanto eu costumo pensar que sou
E só de olhá-los vivendo suas vidas ordinárias
Seu esquecimento, cheios de todo esse lixo de existência
Eu me lembro...
A lama de que sou feito me chama
Que céu, nuvens ou sol?
Só vejo o chão.
E como um dos rejeitados eu desço
Rápido como um bólido inflamado pela reentrada
É sempre tão doloroso!
E logo estou me arrastando com os outros vermes como eu
Pisado por aqueles pontos, agora gigantes tocando o céu.
E eu tão vil, tão pequeno, tão insignificante!
Atormentado, esqueço que até mesmo existe céu.
Dias e noites eu vago, e não percebo variação entre eles
Eu tento me esconder, mas não há refúgio
Mas então olho para cima em busca dos meus algozes
Espero o horror, me entrego à ruína, que esperar?
Mas nada acontece, e o ciclo recomeça
Quando vejo o céu...
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