Natal

Foi numa noite, a mais escura

Que o verbo da esperança
No corpo frágil de uma criança
Veio ao mundo numa manjedoura

Nos campos, velavam pastores
Quando brilhou uma forte luz
“É nascido o salvador, Jesus”
Que viera redimir os pecadores

Quando cessou a voz do mensageiro
Romperam os homens em louvor
E miríades de celestes em seu fulgor
Cantavam esse momento alvissareiro.

Os pastores foram à estalagem
E encontraram em humildade
O rei de toda a humanidade
Protegido em panos da aragem

De uma pequena localidade
Numa terra quase desconhecida
Em fraqueza o símbolo da Vida
Decretou o fim de toda maldade

Atentai para o que o símbolo Traz
E não percais hoje essa herança
Que nos anima a ter esperança
Num mundo adornado com a Paz!

Adoração dos pastores, óleo sobre tela por Bartolome Esteban Murillo (1618-1682, Espanha)