sábado, 6 de fevereiro de 2016

A Poesia Satírica

A poesia não é sempre pura e casta
Seu trabalho no tempo e espaço é variado
À ela o puro romantismo só não basta
Nem a rima dura e o metro bem traçado
A poesia também tem seus dias de lama
Ela projeta o dedo satírico
E faz da taça o seu penico
Rói todas as certezas e destrói a boa fama
Catulo foi um grande poeta romano
Que cantou injúrias aos seus desafetos
Viveu no fim do período republicano
E teve como musa Safo de Lesbos...
Nos primórdios da língua portuguesa
O trovadorismo produziu cantigas de maldizer
Ao lado de canções de amigo a certeza
De que ao feio era também justo "enaltecer"
E mais perto de nós Bocage
E Gregório de Matos , fel de composição
Contra desafetos entre sonetos de amor
Gregório foi um grande arcade
Assim como Bocage, maior esplendor
Do arcadismo lusitano, furor da Inquisição...
A sátira poética é obra antiga
Com ela achincalhamos o mau
Com nossa pena um pouco fingida
Com artifícios verbais que tal
É a força da nossa arte bem servida!
Injuriemos...

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