domingo, 16 de junho de 2013

Homo Processus

Você já parou para pensar que todo sistema vivo é de alguma forma um sistema de processamento? Nós, humanos, por exemplo, somos uma máquina biológica que processa matéria. E de uma forma bela produzimos vitamina D quando somos expostos à luz solar.


Nós transformamos aquilo que "absorvemos" em energia (claro, e células corporais e compostos químicos, etc). Produzimos calor, impulsos bioelétricos (as pilhas de Matrix) e energia cinética através do movimento. 

Claro que os que conhecem esses processos a fundo poderiam explicar tudo de forma muito mais clara, é patente que sou um leigo curioso...

Mas nossa condição de "processadores biológicos" vai muito além dos processos químicos que regem nossas funções corporais, absorvemos e processamos outra coisa bem menos palpável: PENSAMENTOS.

Algumas vezes, quando fazemos algo diferente, temos a ilusão de estar sendo originais. Escrever um poema, pintar um quadro, atravessar a baia da Guaratuba nadando de costas... Nada disse é, realmente original.

Tudo que pensamos, e produzimos desse pensamento, é consequência direta daquilo que recebemos. Quando estamos diante de um pensamento novo é a partir dos pensamentos anteriores que o entendemos e julgamos. Você entende que estou sendo "genérico" chamando ideias, conceitos, etc, como "pensamento"?

O que você pensa das coisas é um processo daquilo que você recebeu. A originalidade está em como você aplica isso. Todo pensamento, como um texto, é um "interpensamento", é uma cadeia de recepções, processamentos e emissões cujo início é difícil de ser traçado.

Espere, se não sou original, e ninguém é, de onde vieram as primeiras ideias? Você, Isaías, está propondo um tipo estranho de teoria das ideias modernas em que os conceitos antecedem os cérebros? 

Mais ou menos. Obviamente, recuando no tempo, você pode traçar a origem de certas ideias. Algumas delas não tiveram referentes mais antigos (algo que dificilmente acontece hoje), mas foram produtos de outra forma de absorção, a observação do mundo que nos cerca. De novo preciso afirmar: não conseguimos, mesmo aí, ser originais. Não que isso seja ruim, afinal, todos estamos assentados sobre os ombros de gigantes!

A diferença mesmo está na aplicação, no produto! Mas que ninguém olhe o passado e se sinta superior, no máximo feliz (isso é discutível...) por estar vivo hoje, aqui, com todo esse fluxo de "pensamento" no ar...


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