Você já parou para
pensar que todo sistema vivo é de alguma forma um sistema de processamento?
Nós, humanos, por exemplo, somos uma máquina biológica que processa matéria. E
de uma forma bela produzimos vitamina D quando somos expostos à luz solar.
Nós transformamos
aquilo que "absorvemos" em energia (claro, e células corporais e
compostos químicos, etc). Produzimos calor, impulsos bioelétricos (as pilhas de Matrix) e energia cinética
através do movimento.
Claro que os que conhecem esses processos a fundo
poderiam explicar tudo de forma muito mais clara, é patente que sou um leigo
curioso...
Mas nossa condição de "processadores
biológicos" vai muito além dos processos químicos que regem nossas funções
corporais, absorvemos e processamos outra coisa bem menos palpável:
PENSAMENTOS.
Algumas vezes, quando fazemos algo diferente, temos
a ilusão de estar sendo originais. Escrever um poema, pintar um quadro,
atravessar a baia da Guaratuba nadando de costas... Nada disse é, realmente
original.
Tudo que pensamos, e produzimos desse pensamento, é
consequência direta daquilo que recebemos. Quando estamos diante de um
pensamento novo é a partir dos pensamentos anteriores que o entendemos e
julgamos. Você entende que estou sendo "genérico" chamando ideias,
conceitos, etc, como "pensamento"?
O que você pensa das coisas é um processo daquilo
que você recebeu. A originalidade está em como você aplica isso. Todo
pensamento, como um texto, é um "interpensamento", é uma cadeia de
recepções, processamentos e emissões cujo início é difícil de ser traçado.
Espere, se não sou original, e ninguém é, de onde
vieram as primeiras ideias? Você, Isaías, está propondo um tipo estranho de
teoria das ideias modernas em que os conceitos antecedem os cérebros?
Mais ou menos. Obviamente, recuando no tempo, você
pode traçar a origem de certas ideias. Algumas delas não tiveram referentes
mais antigos (algo que dificilmente acontece hoje), mas foram produtos de outra
forma de absorção, a observação do mundo que nos cerca. De novo preciso
afirmar: não conseguimos, mesmo aí, ser originais. Não que isso seja ruim,
afinal, todos estamos assentados sobre os ombros de gigantes!
A diferença mesmo está na aplicação, no produto!
Mas que ninguém olhe o passado e se sinta superior, no máximo feliz (isso é
discutível...) por estar vivo hoje, aqui, com todo esse fluxo de
"pensamento" no ar...
Nenhum comentário:
Postar um comentário