sexta-feira, 19 de abril de 2013

Super-Máquinas em Ruas Esburacadas... De como ostentar é confundido com viver.



Estamos testemunhando a yankeezação da sociedade brasileira, mas de uma forma que até os americanos já deixaram de ser.

Um bom (bom?) exemplo são os carros. Minha cidade, Curitiba, tem mais veículos que eleitores registrados. Nossas vias não foram projetadas para isso, logo, como em qualquer capital, estamos tendo muitos problemas com o trânsito.

O que você esperaria numa realidade dessas? As pessoas vão adotar meios alternativos de transporte, migrar para o transporte público ou comprar carros menores e mais econômicos. Doce engano!

Aqui está a loucura, os carros estão cada VEZ MAIORES!!! Você olha ao redor e vê carros enormes e utilitários que mal cabem na faixa e que destoam por completo da paisagem urbana ocupados, na maioria das vezes, apenas pelo motorista!!!

Americanos gostam de carros grandes, eles amam seus V8, V12, V², V³, etc.Claro, isso foi antes da crise, eles agora preferem modelos mais compactos e combustíveis ambientalmente menos agressivos. Nem vou falar da diferença de qualidade e de preço entre os nossos combustíveis e os deles...

Então qual modelo os brasileiros estão adotando? Um modelo de subdesenvolvido que coloca um dos pés sobre o estrado da prosperidade, a ânsia do status e o costume da pobreza nos impelem a aproveitar o momento ao máximo. Por isso os carros grandes, as grandes casas em condomínios fechados, os celulares em formato tablet... Vivemos a era dos superlativos, bem ao gosto de José Dias, personagem de Machado de Assis no Dom Casmurro.

Mas não existem carros pequenos com preços de carro grande? Existem, mas poucos os adotam, sabe como é, passa quase despercebido... Para quê um Mini se eu posso "pagar de abonado" desfilando com meu Camaro Amarelo?

E assim a gente vai se iludindo, tornando o mundo um lugar pior para os nossos semelhantes e cumprindo à risca nossa missão de gafanhotos dessa Terra.

Falta um pouco de socialismo no nosso capitalismo desenfreado e um tantinho de juízo nas nossas cabecinhas vazias. Ostentação só prova uma coisa, o quanto o que ostenta tem pouco dentro de si a oferecer!

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