domingo, 24 de março de 2013

Somos sonhos em movimento...


Observo minha filha sentada no sofá. Minha geração, minha continuidade, minha eternidade. Penso nas gerações que me sucederam- se eu ao menos pudesse resgatar minha memória genética!- gerações de seres anônimos. 

Penso nas buscas, nas vidas, nos anseios, nos devaneios, nos sofrimentos dos quais eu sou herdeiro. Vejo com a imaginação as grandes correntes migratórias saindo da África, cruzando a Ásia, buscando o oceano, andando sobre Bering...

Quanta gente, quantos seres, quantas histórias esquecidas!

Então olho para o futuro, um dos possíveis. Minha filha nos seus filhos quando eu não for mais que uma lembrança, quando eu nem mesmo for uma lembrança, quando eu for apenas mais uma hipótese na mente de um ancestral distante...

Penso nos meus sonhos atravessando os séculos, nesses "memes" inquietos que me sacodem dia e noite. Penso no que profissionais capacitados farão deles, penso que alguns loucos se apropriarão dos meus sonhos. Penso nos meus filhos distantes cruzando a abóbada celeste, pisando o pó de outros mundos, aquecendo-se sob a luz de outras estrelas. 

E de alguma forma estranha e inexplicável me vejo lá, não como um ser espiritual ou coisa parecida, mas como um impulso, um aglomerado de sonhos e aspirações que de alguma forma eu recebi e passo adiante. Uma herança tão antiga quanto é antigo aquele meu primeiro ancestral que ousou um dia sonhar observando o "infinito"....

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