quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Amor e Tempo




O tempo passa
E eu sozinho
Com as palavras ao vento...

Espero um dia, dois...
E o tempo inclemente ri de mim.

A semente da vida é o ódio?
Você semeia um campo com ódio
E espera colher dele algo mais que dor?

Tempo, sua astúcia me desconsola!

Quem faz do ódio sua bandeira perde
O Amor que espera em cada esquina
Cada rua, cada campo, em cada lance da Vida!

Você desdenha e não explica o mistério Tempo?
Seu deus mesquinho!

"O Amor é sofredor, só faz o bem"
Ele transforma e ilumina,
Ele não requer ser "reconhecido"
Ele é o seu próprio fim, existe para existir.

Tempo, velho Cronos encurvado
Que se limita a rir e ver passar geração
Após geração.

Ama enquanto é tempo
Enquanto seus olhos veem e seus ouvidos
Ouvem as palavras doces do amor
Ele é a mão segura em que se pode segurar
O deserdado da vida, a alma solitária.

O velho Cronos nasceu no Olimpo
E mendiga na Terra árida
A atenção de seres que não o veem
Ele ri-se...ri-se de si mesmo,
O homem passa, o Tempo existe.

Se ouvisse hoje essa voz
Você não duvidaria,
Se você pensa sobre ele
Ainda há esperança!
Só imagina quem o tem
Guardado no fundo do peito.
O ódio é a sua defesa,
Você transborda o Amor
E não sabe...

Venha velho companheiro
Que vive de ver tudo morrer
Sentemos juntos à beira do Rio
E observemos seu belo fluir
Você observa e eu vou passando
Até que de mim só reste a memória,
Ou nem isso.

Eu passo, mas amo
O Tempo permanece
E o amor também,
Logo,
Eternizo-me.

Ama, mas...
Ama, enquanto há tempo!

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