terça-feira, 13 de novembro de 2012

Jus Cor, Malo Cor.

E o coração martela as frágeis cordas da Harpa Negra
O som inunda todas as colmeias e as diletantes
Misérias enxugam as lágrimas ardentes 
Palmilhando um seco espaço entre a razão e o desespero!

No fluir inconstante dos pensamentos - pensamentos aterrados
Borbulha como uma ilusão mantida em liames ventríloquos
Dizem à memória que parta, que deixe os périplos sozinhos

Na hora ansiosa das mil ideias esquecidas!

De um desterrado aterro surgem as furiosas lembranças
E dão ao porteiro mumificado todas as deixas possíveis
Intercalando honras e vaias alucinadas
Da cor luzente um cílio se desgarra elástico
Como as severas ilhas perdidas do mar setentrional.

Ao louco e ao tolo sobraram as ruas vazias
Onde mora um retumbante sentimento calado
Deu a lua um raio prateado e o sol nublado
Deixou inerte a energia fluída do sorriso forçado.

E o coração, cera derretida no asfalto
Bate ao ritmo desabrido das portas trancadas
De mãos dadas a loucura e a saudade
Colhem as flores mortas dos fúnebres jardins!

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