Quando eu morrer
Não chorem nem lamentem por mim
Não é a morte mais que um momento
E a vida um passo para dentro do nada.
Cerquei minha sebe com cercas tão altas!
Edifiquei fortes torres e fossos cavei;
À força estabeleceria minh’alma!
Se tudo não fosse um sonho...
Uma folha aterrissa no meio da selva;
Onde um pássaro deixou de cantar...
As nuvens se chocam e fazem a chuva,
Quem se importa com a gota que se funde ao mar?
Nos apegamos demais a essa coisa fluída;
Como se nosso breve sonho
Fosse a realidade de tudo o que há;
Como se ele não fosse acabar!
Mesmo ínfima e passageira
Ela nos faz ver e aprender – se quisermos.
É olhar para trás e se ver
Em tudo que nos rodeia.
Se eu me for agora
È porque já posso deixá-la,
Porque dormimos e o despertar
È de tudo, mas tudo mesmo,
Poder prescindir.
Então, quando eu morrer...
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