terça-feira, 21 de junho de 2011

Pequeno Poema em Prosa

Lembra daquele nosso passeio pela floresta? Íamos os dois cindidos e oprimidos por nossos pensamentos pessimistas, cada qual traçando seus planos mediatos, calculando suas angústias imediatas... Silenciosos como as pedras tumulares esquecidas... As árvores passavam vazias, não sentíamos o canto dos pássaros. Uma brisa soprava suave, mas nem apreendíamos a sensação, nem aspirávamos ao refrigério, tudo era vagar em nossas almas. Flutuávamos num mar de calmaria com o velame cabisbaixo e longe da costa. Então você viu e me chamou a atenção. Era um tímido raio filtrado pelas copas, uma réstia de luz corajosa, infrequente. Deixamo-nos ficar ali, embevecidos pela beleza altruísta. Que canção tão bela aquela de um dia comum de passeio na floresta!

Um comentário:

  1. Apesar do "pessimismo" eu gostei do texto poético e das imagens que ele inspirou.

    Convido você a conhecer meu blog.
    Google: poemas de neusa azevedo

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